“No mundo mental, pensar é agir.”
(Krishna)
“A primeira prática espiritual que se deve adotar é o cultivo do silêncio interior, para acabar com o diálogo ininterrupto com a mente. Deixe a mente descansar durante algum tempo. Não projete nela detalhes irrelevantes, ou a polua com emanações de inveja e avareza. Cada ideia que acolhemos, tanto boa quanto ruim, fica impressa na mente. Um elemento de fraqueza e inconstância é, assim, introduzido na mente. Mantenha a mente calma e limpa. Não a agite, todo momento, por meio de seu diálogo incessante. Aquele que subjugou a mente será o mesmo em bons e maus momentos. Tristeza e alegria são apenas alterações da mente. É somente quando a mente está associada aos sentidos e ao corpo que ela é afetada. Os impulsos e os desejos devem ser sublimados para que se possa atingir o domínio sobre a mente. O desejo excita a mente e a faz precipitar-se em direção aos sentidos. Não basta dominar apenas um sentido, todos devem ser completamente dominados. Hoje em dia, toda disciplina espiritual está sendo feita pela mente. Enquanto a mente controlar os exercícios espirituais, a meta da autorrealização não pode ser atingida. A mente é como um ladrão que não se permitirá ser capturado. É a mente que condiciona o corpo. A mente é um instrumento pelo qual alguém pode se arruinar ou se libertar. A mente deve se tornar a serva do intelecto, e não a escrava dos sentidos. De nada serve contar com a mente para compreender a sua verdadeira natureza. Quando a visão está centrada em sua verdadeira natureza, a mente desaparece por si mesma. O intelecto revela-se em conversas e controvérsias; uma vez que você cede à tentação da dialética (arte do diálogo ou da discussão), leva um longo tempo para escapar de suas algemas, e a eliminar, e desfrutar a bem-aventurança que vem da sua anulação. Vocês todos devem estar cientes da limitação da razão. A lógica e a dedução devem ceder seu lugar à devoção. O intelecto pode ajudá-los somente por algum tempo, ao longo do caminho para Deus; o descanso é iluminado pela intuição. Portanto, abandone a ideia de o mundo ser real; reconheça a realidade do Ser Interior e alcance a Fonte: Deus. Como um aspirante espiritual (Sadhaka), primeiro você deve aprender o segredo da ‘visão interior’ e retirar sua atenção do exterior. Você já deve ter ouvido falar um pouco sobre o mundo interior, mas a vida divina não é nada mais que esse método de vida interior. É vantajoso ao homem, para seu benefício supremo, conhecer as características da mente e os meios para dominá-la […] A experiência do mundo é apenas uma projeção da nossa mente e o reflexo de nossos próprios pensamentos internos. Como é o pensamento, assim é a visão.” (Sathya Sai Baba)
“O homem mental não compreende as coisas espirituais, nem as pode compreender, porque lhe parecem estultícia; pois elas devem ser compreendidas espiritualmente. O homem espiritual compreende todas as coisas.” (Paulo de Tarso)
“É improdutivo buscar a compreensão do divino com uma mente inábil, desorganizada, desconcentrada e inflexível em suas crenças. A mente é a porta principal de entrada para o fortalecimento da ignorância e também para o conhecimento que suporta a sabedoria divina […] Ao aspirar e tentar compreender a iluminação, a mente do homem comum tende a seguir uma linha racional que busca explicações e entendimentos externos palpáveis. Desta forma, surgirão muito mais questões que respostas. A manifestação da iluminação é um evento paradoxal e transcendente, manifestando-se para além do alcance da mente comum e linear, encontrando-se em uma dimensão acima. É intocável e misteriosa para a vida mundana. Encontra-se em estado latente dentro do próprio inconsciente humano, ainda não desperto. O silêncio, a devoção, a investigação humilde, o desapego mental, a purificação, a entrega e o despojamento são bases essenciais para um homem comum se aproximar e poder acessar o sentido da iluminação. Antes disso, a ignorância permanece […] Muitos seres humanos falam sobre o ego a partir da sua própria consciência e percepção egóica. Nunca vivenciaram a sua natureza superior por meio da meditação. Desta forma, não conseguem discriminar nitidamente a sua essência, pois relatam a partir das experiências, informações e definições dos outros. Em verdade, são ignorantes que especulam sem conhecimento de causa, ficando na própria superficialidade inerente do ego, em retroalimentação da ilusão de suas mentes […] O encontro com o divino não ocorre seguindo caminhos inflexíveis e sob crenças pré-estabelecidas. É preciso entregar-se profundamente ao silêncio interno, distanciar-se de toda e qualquer crença pessoal ou coletiva e buscar penetrar o vazio da existência. Devemos aquietar nossas mentes e deixar que a própria vida superior nos conduza, mostrando-nos o mais adequado para cada momento e ser, sem nenhuma expectativa […] Muitos seres humanos ainda não possuem uma capacidade intelectual para assimilar os ensinamentos dos grandes mestres. São incapazes sequer de compreender os ensinamentos de um único mestre, quanto mais de reunir e sintetizar os ensinamentos gerais daqueles grandes mestres que lhes são disponíveis. Mais ainda, não conseguem transferir da mente intelectiva para o plano abstrato a verdadeira essência a que se destinam os ensinamentos espirituais. É que seus tempos ainda estão por vir […] Ao praticar a verdadeira contemplação, o ser se desnatura e transcende todos os conceitos pré-estabelecidos pela sua mente. Desta forma, acaba se expandindo, conhecendo e encontrando a si próprio interconectado num mergulho profundo na essência do todo.”
(Livro “VIATERRA, caminhos da luz”, Horácio Netho)
“A mente avança até onde pode chegar, mas depois passa a uma dimensão superior, sem saber como lá chegou. Todas as grandes descobertas realizaram este salto […] A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao tamanho original.” (Einstein)
“Essa requintada combinação de mente silenciosa – ilimitada e infinita – com mente dinâmica – limitada e individual – estabelece um equilíbrio perfeito entre quietude e movimento simultâneos, o equilíbrio criador de tudo o que você quiser. A combinação do movimento com a quietude capacita você a desencadear sua criatividade em todas as direções – até onde o poder de sua atenção o possa levar.” (Deepak Chopra)
