“Os
Sutras são poderosos indicadores da verdade em estilo de aforismos, frases
curtas de fácil entendimento. Os textos sagrados conhecidos com vedas e
upanixades são as primeiras mensagens espirituais registradas em forma de
Sutras, assim como as palavras de Buda. Os provérbios e parábolas de Cristo
também podem ser considerados Sutras, assim como as profundas lições do Tao Te
Ching, o antigo livro chinês da sabedoria. A vantagem do estilo Sutra é sua
concisão, que exige pouco esforço do leitor. O que o texto não diz – apenas
sugere – é mais importante do que o que diz.” (Do livro “O Poder do Silêncio”, pág 8, Eckhart Tolle, Ed. Sextante, 2005)
“A
palavra Sutra significa aquilo que, através de poucas palavras, revela vastos
signficados. Os Sutras discutem pontos de vista contrários, a fim de remover
todas as possíveis dúvidas sobre a validade e o significado dos textos
sagrados. A palavra Mimamsa, utilizada na antiga filosofia indiana, significa a
conclusão que se chega após a verificação e investigação, a conclusão adotada
como correta após uma análise profunda de eventuais dúvidas e alternativas.” (Sathya Sai Baba)
“Se você explicar o sentido de cada frase ou palavra dos Sutras, estará insultando os Budas dos três tempos – passado, presente e futuro. Mas se desprezar até mesmo uma palavra dos Sutras, você se arrisca a falar as palavras de ‘Mara’ (o Mal Tentador). Os Sutras são diretivas essenciais para a nossa prática, mas é preciso lê-los com cuidado e usar a inteligência e o apoio de um Mestre e de uma Sangha (grupo com propósitos afins) para compreender seu verdadeiro significado e colocá-lo em prática. Depois de ler um Sutra ou um texto espiritual nós nos sentimos muito mais leves, e nunca mais pesados [...] É valioso lembrar que um Sutra ou uma palestra sobre o Dharma não assegura, por si mesmo, a compreensão. São apenas veículos para uma possível compreensão, que precisam utilizar palavras e conceitos.”
‘FLASHES de LUZ’
01
“A meditação e o estado meditativo podem ser observados de forma
diferentes. A meditação é uma prática que, normalmente, envolve alguma técnica
específica para oferecer à consciência do ser humano um estado meditativo. Ou
seja, é uma prática intencional onde se pretende alcançar um nível adequado de
concentração mental para que se estabeleça o estado meditativo. Por sua vez, o
estado meditativo independe da prática da meditação. Está relacionado à
freqüência da atividade da sobremente, que entra em ação acima da mente comum
concreta. Um ser humano pode encontrar-se em estado meditativo sem estar
praticando intencionalmente a meditação. Atualmente, com a elevação da vibração
atômica da consciência planetária da Terra, as técnicas milenares de meditação
estão ficando desatualizadas, pois está-se mais fácil acessar o estado
meditativo espontaneamente, o que tem auxiliado a coletividade humana a elevar
a sua forma de perceber a vida.”
02
“Não há
acasos na vida de um ser humano. Até mesmo o movimento do sol, da lua, dos
astros, dos ventos, das chuvas, dos sons, dos pássaros e dos animais estão
coerentes com a experiência que ele necessita vivenciar.”
03
“Não é a quantidade de silêncio na vida de um ser que qualifica
a sua sabedoria. É a qualidade sensível do seu silêncio para estados de
contatos ágeis com a sua própria natureza mais profunda. É o potencial do
alcance dimensional que este silêncio lhe credencia a navegar pelos mundos
ocultos, em busca das inspiradoras fontes celestiais. O sábio é aquele que,
além da qualidade do seu silêncio, consegue redimensionar suas inspirações
captadas naqueles mundos impalpáveis aos planos das palavras terrenas, faladas
ou escritas, com um mínimo de distorção arquetípica e desvio de energia. Sua
mente superior encontra-se desperta e qualificada para projetar as ordens
harmônicas dos céus, através do som e das letras simbólicas, no mundo formal
desta Terra. Mesmo assim, sabe que todo som expresso numa realidade formal é
produto da informalidade deste silêncio, valorizando-o em sua dinâmica.”
04
“O
Budismo depois de bem compreendido não é mais Budismo, pois em seu nível mais
alto de consciência, o próprio devoto não encontrará nenhum nome coerente à sua
nova experiência. Da mesma forma, qualquer caminho transcendental, religioso ou
filosófico que por ventura acolha um nome formal para reconhecê-lo, não
resistirá em uma consciência divina desperta.”
05
“Há quem busque a verdade que liberta nas mentes ou nas palavras
faladas ou escritas dos outros. A verdade deveria ser buscada, principalmente,
no próprio silêncio pessoal. Mesmo assim, quando ela não se mostrar, é porque
assim deve ser.”
06
“Assumirmos,
conscientemente, que não somos somente humanos é uma das atitudes que
fundamentam a transcendência para este reino. Esta atitude não tem por fim
renegar a experiência humana terrena, ao contrário, tem por fim expandi-la e
promover um desapego à ilusão da perpetuação da consciência inserida neste
reino. Esta atitude libera a consciência do homem terreno à autorrealização e
compreensão mais real sobre si, preparando-o a vôos mais altos por outros
reinos da evolução cósmica. Propicia a abertura para contatos com o mundo
celestial e com reinos paralelos. Incorporar este conhecimento e torná-lo uma
sabedoria é um evento que transforma profundamente a consciência humana que o
acolhe. São ainda poucos que estão preparados para viver este ensinamento, ainda
que seja uma etapa da evolução da consciência transitória de Deus em nós,
especialmente nestes atuais tempos de intensa transição cósmica.”
07
“Apesar de uma verdade maior sempre nos trazer uma consciência e
lucidez mais ampla sobre a vida, há ‘verdades maiores’ que não podem ser
prontamente reveladas. Há de haver uma preparação amorosa para tal. Do
contrário, ‘verdades maiores’ reveladas aos despreparados trazem mais
desarmonias que lucidez.”
08
“Aparentemente,
os homens têm corações em separado... ilusão. Com o aprofundamento da
compreensão do amor, descobrimos nossos corações unificados misteriosamente na
consciência indivisível da entidade raça humana. Esta revelação é uma
experiência direta vivenciada por aqueles que conseguem silenciosamente sentir
a presença vivaz do Senhor que imortaliza a alma humana terrestre. Passamos
então, a ser uma extensão consciente dele próprio.”
09
“A autêntica instrução espiritual nunca tentará impor a sua
verdade. Nunca tentará alterar a crença pessoal de um ser humano
inadvertidamente. Abordará a consciência humana de forma sutil, respeitando
seus limites. Trará a luz maior do conhecimento superior com a intenção de
posicionar a sua essência, a partir de onde ela se encontra em referência à
necessidade evolutiva da Terra para o Cosmos. Estimulará o autoconhecimento
humano e a sabedoria de caminhar-se por si próprio, em liberdade e ao mesmo
tempo conectado com a essência mais interna e profunda de Deus no próprio
homem.”
10
“A sabedoria nos ensina a escutar os corações dos outros,
as vozes silenciosas das almas atemporais, e não somente as palavras que saem
casualmente de bocas inconscientes dos mistérios.”
11
“A verdadeira experiência a que chamamos de
paz é um advento ilógico, incidental, místico, profundamente estabilizador que
vem como um produto das energias cósmicas que recaem e perduram por pouco tempo
sobre as nossas consciências... Experiência para poucos. O homem pode apenas
preparar disciplinadamente em si as condições para que ela se manifeste, mas
ela já vem pronta do Mundo dos Céus.”
12
“Os insights mais profundos e transformadores que um
místico acessa ocorrem em estados de distanciamento da sua consciência, em
relação ao movimento humano comum. Neste intento, alguns místicos recorrem a
retiros, ao silêncio e a práticas purificadoras como o celibato e o jejum.
Todas estas práticas se fazem necessárias em determinadas etapas da evolução da
consciência humana. Porém, os métodos tradicionais e milenares de tais práticas
estão se renovando, passando por atualizações a fim de se adequarem às novas
condições que estão se estabelecendo na evolução da atual raça humana da
Terra.”
13
“Os eventos externos que ocorrem na vida de um ser humano e por
ele são julgados como sendo contra ele próprio, em verdade, trazem a mão de
Deus conduzindo-o à perfeição. São tentativas ocultas de fazer o homem
conquistar a si próprio, tornar-se autorrealizado e consciente de quem o é.
Nunca houve sequer um evento de Deus gerado contra um único ser humano. A
ignorância inerente dos egos comuns bloqueia a intenção primordial e essencial
da existência enquanto ser humano.”
14
“Muitos
seres humanos ainda não possuem uma capacidade intelectual para assimilar os
ensinamentos dos grandes mestres. São incapazes sequer de compreender os ensinamentos
de um único mestre, quanto mais de reunir e sintetizar os ensinamentos gerais
daqueles grandes mestres que lhes são disponíveis. Mais ainda, não conseguem
transferir da mente intelectiva para o plano abstrato a verdadeira essência a
que se destinam os ensinamentos espirituais. É que seus tempos ainda estão por
vir.”
15
“O mistério está muito mais próximo do ser humano que a sua vã
imaginação possa alcançar. Com um pouco de abertura e sensibilidade, os véus
caem.”
16
“Os
atuais sistemas e métodos educacionais institucionalizados pelas sociedades
contemporâneas sustentam, fortemente, a possibilidade para que almas ignorantes
permaneçam desviadas do caminho da autorrealização. Fortalecem as mentes
concretas com materiais inadequados. Não instruem apropriadamente um ser
humano. Sobrecarregam de informações, sendo algumas inúteis e não demonstram
nenhum compromisso prático com as informações mais elevadas. Uma grande energia
da vida humana terrena é desviada e desperdiçada. Urge a necessidade de se rever
as formas de se instruir um ser humano para que ele se aproxime ao máximo do
seu propósito divino.”
17
“No plano das abstrações, não há limites inteiramente definíveis
para as virtudes. Não há tolerância sem compreensão e compreensão sem
tolerância, assim como não há desapego sem humildade e humildade sem desapego,
por exemplo. Da mesma forma, todas as outras virtudes estão intimamente
interrelacionadas e se interpenetram em suas composições sutis.”
18
“A
busca espiritual inicia-se no mundo externo manifestado e fenomênico da
matéria. Trilha veredas horizontais diversas e é um reflexo da busca vertical
que ocorre internamente no ser. Quando as buscas vertical e a horizontal se
harmonizam, se encontram e se equilibram, o eixo central da cruz pessoal foi
encontrado. A cruz, não de sofrimento, mas missionária a ser conduzida pela
experiência na Terra.”
19
“Não estamos aqui para sermos bonzinhos, mas para sermos justos.
Devemos colocar cada elemento no seu devido lugar. Até mesmo a ação divina da
natureza utiliza a força da destruição implacável para promover a sua
purificação, o seu reequilíbrio e a sua justiça.”
20
“Alguns
ainda permanecem entretidos colhendo migalhas no chão, enquanto os céus
aguardam a oferecer manjares imponderáveis.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário